Divulgação científica e notícias de actividades realizadas , no âmbito da Física e da Química,
na Escola Secundária José Saramago - Mafra

01/07/13

Durante o ano letivo 2012/2013 o Clube da Ciência desenvolveu, mais uma vez, o Projeto "Radiação Ambiente", coordenado pelo Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) e financiado pelo Ciência Viva.
Este Projeto a nível  nacional, culminou no 6º Encontro realizado no dia 4 de maio de 2013, no Centro Tecnológico em Educação da Escola Secundária da Quinta das Palmeira, na Covilhã, tendo contado com a participação de 12 escolas do ensino básico e secundário de Portugal continental, sendo todos os custos de deslocações e alojamentos dos participantes neste evento, suportados pelo Ciência Viva.
Depois de uma sessão de abertura, todas as escolas participantes tiveram a oportunidade de mostrar os diferentes trabalhos experimentais realizados ao longo do ano letivo. Esta divulgação foi feita através de um poster A0 onde cada escola expôs os resultados obtidos nas diferentes experiências realizadas que envolveram estudos da radiação ambiente, principalmente do gás radão.
No projeto desenvolvido pela nossa escola estiveram envolvidas a professora Clélia Alves e a aluna Ana Beatriz Carnaxide da  turma 11º F. No nosso poster  foram mostrados os resultados da experiência CR39, detetores do gás Radão, que foram colocados  em vários pontos da nossa escola: bar dos alunos, papelaria e biblioteca, por um tempo de exposição de cerca de dois meses e meio.
O gás radão é um gás radioativo proveniente das rochas, assim, a sua concentração numa atmosfera depende da composição do solo do qual foi extraída a rocha, variando de região para região. Verifica-se que nas regiões com solos graníticos, a problemática do Radão é mais acentuada, principalmente porque na construção de casas se utiliza largamente esta rocha. Este gás torna assim o ar que respiramos radioativo, podendo, de acordo com a sua concentração, trazer problemas para a saúde das pessoas expostas a esta atmosfera.
O núcleo do átomo de radão-222 decai para polónio-218, emitindo uma partícula-α, partícula essa que vai deixar uma micro-cratera numa placa acrílica: o detector CR39.
Para que houvesse termo de comparação fidedigno foi colocado, durante dois dias, um detetor CR39 em contacto com rochas extraídas de uma mina em Nisa que contêm óxido de Urânio,  Este composto é radioativo e,  no seu decaimento, dá origem ao gás radão, levando à libertação de partículas-α que vão impressionar o detetor.
Após a exposição, os detetores foram tratados com uma solução de NaHO (hidróxido de sódio) para que as crateras formadas pelas partículas-α, libertadas do decaimento do Radão, fossem ampliadas e, assim, visíveis ao microscópio. Foi sujeito, também, a este tratamento um detetor que não esteve exposto, sendo então o branco da nossa experiência.
Com a observação ao microscópio, foi possível fotografar os detetores e contar as minúsculas perfurações deixadas pelas partículas-α e, com esta informação, calcular a concentração média de radão durante o tempo de exposição.
Todo este trabalho foi exposto no poster, bem como os resultados da nossa escola. Estes permitem-nos   afirmar: "A nossa escola não é radioativa".
Após uma excelente defesa do nosso trabalho, por parte da aluna Ana Beatriz, da partilha de experiências com os outros participante, do debate de ideias com os investigadores coordenadores do projeto e, claro, de um convívio sempre agradável que tivera início no dia anterior, podemos assistir a um sarau de Ginástica pelos alunos do grupo de ginástica da escola anfitriã.
Assistimos a uma tertúlia subordinado ao tema "O Radão na Serra da Estrela", que contou com a presença de elementos da comunidade escolar - um representante dos pais, um elemento da autarquia e vários investigadores da área da Física e da Engenharia Civil e, antes do regresso podemos degustar um lanche de produtos da região onde não faltaram dos famosos enchidos e fumados.
Mais uma vez, é com grande orgulho que fazemos e mostramos verdadeira ciência.