Divulgação científica e notícias de actividades realizadas , no âmbito da Física e da Química,
na Escola Secundária José Saramago - Mafra

29/06/12


Projeto Radiação Ambiente

V Encontro Nacional



Realizou-se no passado dia 5 de maio de 2012, na Escola Secundária com 3º ciclo de Ferreira Dias, o V Encontro Nacional do Projeto Radiação Ambiente. Este evento foi organizado pela escola anfitriã e pelo Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) e estiveram presentes 17 escolas de vários pontos do país, num total de 150 participantes.

A nossa escola esteve representada pelas professoras Clélia Alves e Sandra Valdrez e pelos alunos, Ana Beatriz Carnaxide do 10ºF e Gabryel Paiva do 10º E, que foram mostrar, tal como todos os outros, num poster A0, os resultados das várias experiências envolvendo radiação, tendo ênfase a presença de radão no ambiente, desenvolvidas ao longo do ano lectivo.

Durante a manhã, após a colocação do nosso poster, decorreu a sessão de abertura, com a participação dos investigadores do LIP, professores João Carvalho da Universidade de Coimbra, Pedro Abreu do Instituto Superior Técnico e Luís Peralta da Faculdade de Ciências de Lisboa e Coordenador do Projeto. Intervieram, ainda a professora Ana Noronha do Ciência Viva, o Dr. Marco Almeida Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sintra e a directora da escola anfitriã Drª. Leonídia Cunha.





Após a sessão de abertura, cada escola expôs o trabalho desenvolvido, explicando cada uma das experiências e os resultados obtidos. Os alunos de cada escola votaram num poster do 3º ciclo e num do secundário.



 
Antes de almoço assistimos a um momento musical com a banda Electric Divinity.







Após um prazenteiro almoço de carne assada e castanhas, iniciaram-se as actividades da tarde com uma videoconferência com o cientista André Tinoco, do CERN.



 
Já no ginásio da escola, assistimos a um debate/teatralização "Prós e Contras da radiação" a cargo da Escola Secundária de Vendas Novas.





De seguida jogou-se o “Quem quer ser milionário – Alta Radiação”, no qual, os nossos alunos chegaram à semi-final.




 
Passou-se, por fim, à tão ansiada cerimónia de entrega dos prémios:


Foram vencedores do Concurso " Milionário - Alta Radiação", as seguintes escolas:


1º Lugar - Escola Secundária Dr. Augusto César da Silva Ferreira – Rio Maior


2º Lugar - Escola Secundária de Vendas Novas


3º Lugar - Escola Secundária com 3º Ciclo de Ferreira Dias





Foram vencedores dos melhores pósteres (os mais votados pelos alunos):


Ensino básico


1º Lugar - Escola Secundária Afonso Albuquerque - Guarda





Ensino secundário


1º Lugar - Escola Secundária de S. Pedro do Sul


2º Lugar - Escola Secundária da Batalha


3º Lugar - em ex-aequo - Escola Secundária da Portela e Escola Secundária Ferreira Dias.





O encontro terminou com a apresentação da Orquestra de Cordas do Conservatório de Música de Sintra.

Antes da despedida, foi-nos servido um delicioso lanche onde se destacou a doçaria da região de Sintra.
Este encontro foi para nós muito positivo. Apesar de não termos sido vencedores de qualquer prémio, sentimos um grande orgulho em participarmos num verdadeiro projeto científico a nível nacional. Trouxemos excelentes recordações dos momentos de convívio e da troca de experiências entre todos os participantes, e também, tal como todas as outras escolas, um livro sobre o património de Sintra, oferecido pela Câmara Municipal desta vila, que fará parte do espólio da nossa biblioteca.

Projeto Radiação Ambiente

Resultados da Experiência CR39

Filme colocado no bar dos alunos, bloco F, durante 1,5 mês.

Medimos o campo do microscópio (do "Imaginarium") e gravamos a imagem que se encontra em cima, no computador.

Campo do microscópio = 2,44 mm (medido com o auxílio de um parafuso micrométrico)

nº traços total = 240 traços

Área = 2,44 x 2,44 = 5,95 mm2

Intervalo de tempo = 1,5 mês

Radiação = nº total de traços/(área*intervalo de tempo) = 240 / (0,0595 x 1,5) = 2698,08 traços/m2/mês

Conversão para Bq.m-3                  

  2698,08 x 0,41= 1106,21 Bq m


Conclusão:

Verificou-se que a concentração de Radão no bar dos alunos é superior ao valor legislado. A Comissão Europeia emitiu em 1990 uma recomendação (90/143/Euratomem) que indica o valor limite de 400 Bq.m-3 como média anual da concentração de radão no interior das habitações já construídas, e de 200 Bq.m-3 para habitações a construir; a legislação nacional, através do Decreto Lei n. 79/2006, estipula como limite máximo 400 Bq.m-3. Recomenda-se assim, uma avaliação da radiação ambiente na nossa escola em outros momentos e também, por períodos de tempo maiores, visto que com o medidor Geiger não se registam valores elevados de radiação, como se pode verificar em Radiação Exterior. Deve-se também fazer a revelação de um detetor branco, isto é, sem ter sido exposto, isto porque há a possibilidade dos detetores terem sido contaminados pelas rochas de Nisa utilizadas na experiência de Becquerel.

Projeto Radiação Ambiente

Resultados da experiência Radiação Exterior

Mediu-se a radiação com um medidor Geiger, em vários pontos da escola, na foto o corredor dos laboratórios.




















Com um GPS, fez-se a localização da escola:















W 9º 20,16`
N 38º 56,24`

E obteve-se um mapeamento da escola:




















Legenda:

Conclusão:

Verifica-se que os valores de radiação exterior existentes na nossa escola são muito baixos, não constituindo, por isso, perigo para a nossa saúde.

Projeto Radiação Ambiente

Resultados da experiência de Becquerel

Nesta atividade foram usadas rochas calcárias das minas de Nisa que vinham referenciadas como contendo um número significativo de decaimentos. Por isso, foram colocadas próximas de películas sensíveis a partículas alfa e beta provenientes dos diversos decaimentos.

Estas películas encontravam-se dentro de um invólucro opaco à luz. Deste modo e usando a sala do Clube de Fotografia, completamente às escuras, utilizando apenas uma luz vermelha, retirou-se a película do invólucro e colocou-se, por cima, um pequeno pedaço de fio de cobre dobrado. Envolveu-se este conjunto num pedaço de papel de alumínio que também é opaco à radiação visível. De seguida colocamos uma pedra sobre o papel de alumínio.

Passados 15 dias, revelou-se a película e obteve-se zonas escuras e zonas claras. Em algumas películas, foi possível observar-se o fio de cobre que impediu a impressão de radiação. Concluiu-se que as zonas escuras obtidas são devidas à radiação alfa e beta que impressionaram a chapa, enquanto as zonas claras, a ausência de decaimentos.

Os negativos dos filmes foram revelados no laboratório de fotografia da escola. Estes negativos foram revelados em papel, obtendo-se os positivos, com a ajuda do professor Carlos Marques, ao qual muito agradecemos.

Filme 1 - Positivo


As setas vermelhas indicam a presença de um fio de cobre fino que impediu a impressão do filme naquele local.




Filme 2 - Positivo






     



        Filme 3 - Negativo










Nestes filmes não são visíveis o impedimento da impressão devido à presença do fio de cobre. Apenas se verificam zonas onde a radiação foi mais intensa (zonas a branco no positivo e zonas a negro no negativo).

Filme 4 - Positivo


A seta preta indica a presença de um fio de cobre fino dobrado em forma de gota que impediu a impressão do filme naquele local.